terça-feira, 14 de abril de 2015

Musica Nordestina

O pernambucano Luiz Gonzaga foi o precursor do baião, ritmo que ao lado de outros como xote, xaxado e côco fazem parte do chamado forró. Vários artistas deram continuidade ao legado de Luiz Gonzaga, como é o caso de Dominguinhos, Sivuca, Jackson do Pandeiro e Waldonys.

O frevo, mais comum nos estados de Pernambuco e Paraíba, se caracteriza pelo ritmo acelerado e pelos passos que lembram a capoeira. Esse gênero já revelou grandes músicos como Alceu Valença, Elba Ramalho e Geraldo Azevedo. Estes três, ao lado de Zé Ramalho, misturaram frevo, forró, rock, blues e outros ritmos. O quarteto costuma se apresentar com o nome de O Grande Encontro.

Na década de 1960 surgiu na Bahia o tropicalismo, inspirado no movimento antropofágico e que viria a se tornar um marco no Brasil. Faziam parte desse grupo os artistas Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Torquato Neto, dentre outros. 


A Bahia voltaria a ser berço de outro gênero musical na década de 80, com a criação da axé music, tendo como precursores Luiz Caldas, Chiclete com Banana, Daniela Mercury, Timbalada e Olodum.

Guilherme Souza

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Personagens Nordestinos - Maria Bonita

Maria Gomes de Oliveira, vulgo Maria Bonita(Paulo Afonso, 8 de março de 1911— 28 de julho de 1938) companheira de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião e a primeira mulher a participar de um grupo decangaceiros.

Maria Bonita nasceu e cresceu no povoadoMalhada da Caiçara, que se localiza no município Paulo Afonso, na época município Gloria, na Bahia.

Depois de um casamento fracassado, no qual não gerou filhos, em 1929 tornou-se a namorada de Virgulino Ferreira da Silva, conhecido também como o "Rei do Cangaço".

Morando na chácara dos pais, um ano depois do namoro foi chamada por Lampião para fazer efetivamente parte do bando de cangaceiros, assim se tornando a mulher dele, com quem viveria por oito anos.

Guilherme Souza

Dança Nordestina - Xaxado

A palavra xaxado é uma onomatopéia do barulho xa-xa-xa, que os dançarinos fazem ao arrastar as alpercatas no chão durante a dança.

Há controvérsias, sobre a origem do xaxado. Alguns pesquisadores, como Benjamin e Luís da Câmara Cascudo, afirmam que é uma dança originária do alto Sertão de Pernambuco, outros que ela tem sua origem em Portugal e alguns outros ainda dizem que sua origem é indígena.

O xaxado foi difundido como uma dança de guerra e entretenimento pelos cangaceiros, notoriamente do bando de Lampião, no inicio dos anos 1920, em Vila Bela, atual Serra Talhada. Na época, tornou-se popular em todos os bandos de cangaceiros espalhados pelos sertões nordestinos. Era uma dança exclusivamente masculina, por isso nunca foi considerada uma dança de salão, mesmo porque naquela época ainda não havia mulheres no cangaço. Faziam da arma a dama. Dançava em fila indiana, o da frente, sempre o chefe do grupo, puxava os versos cantados e o restante do bando respondia em coro, com letras de insulto aos inimigos, lamentando mortes de companheiros ou enaltecendo suas aventuras e façanhas.

Originalmente a estrutura básica do xaxado é da seguinte forma: avança o pé direito em três e quatro movimentos laterais e puxa o pé esquerdo, num rápido e deslizado sapateado. Os passos estão relacionados com gestos de guerra, são graciosos, porém firmes. A presença feminina apareceu depois da inclusão de Maria Bonita e outras mulheres ao bando de Lampião. O nome "xaxado" não era só por causa dos barulhos das sandálias. O xaxado pode ser visto de varias maneiras de acordo com o seu ponto de vista, por exemplo: A dança do xaxado é vista uma dança rica em sua cultura e extremamente folclórica que tem seus estilos naturais e sem alterações. Porém a sua música seja agressiva e satírica, motivos pelo qual a Câmara Cascudo considerou o xaxado com uma variante do parraxaxá, um canto de insulto dos cangaceiros, executados nos intervalos das descargas de seus fuzis contra a polícia. O rifle na época substituía a mulher, como dizia o cantor e compositor Luiz Gonzaga, um dos grandes divulgadores do xaxado. O rifle é a dama. E seus instrumentos eram o pífano, zabumba, triângulo e a sanfona



Milena Christian.

Literatura - Cordel

Literatura de Cordel é uma modalidade impressa de poesia, original do Nordeste do Brasil, que já foi muito estigmatizada, mas hoje em dia é bem aceita e respeitada, tendo, inclusive, uma Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Devido ao linguajar despreocupado, regionalizado e informal utilizado para a composição dos textos essa modalidade de literatura nem sempre foi respeitada, e já houve até quem declarasse a morte do cordel, mas ainda não foi dessa vez.

Os temas são os mais variados, indo desde narrativas tradicionais transmitidas pelo povo oralmente até aventuras, histórias de amor, humor, ficção, e o folheto de caráter jornalístico, que conta um fato isolado, muitas vezes um boato, modificando-o para torná-lo divertido. Ao mesmo tempo em que falam de temas religiosos, também falam de temas profanos. Escrevem de maneira jocosa, mas por vezes retratam realidades desesperadoras.Os cordéis não tem a característica de serem impessoais ou imparciais, pelo contrário, na maioria das vezes usam várias técnicas de persuasão e convencimento para que o leitor acate a idéia proposta.


Ai! Se sêsse!…

Autor: Zé da Luz

Se um dia nós se gostasse;

Se um dia nós se queresse;

Se nós dois se impariásse,

Se juntinho nós dois vivesse!

Se juntinho nós dois morasse

Se juntinho nós dois drumisse;

Se juntinho nós dois morresse!

Se pro céu nós assubisse?

Mas porém, se acontecesse

qui São Pêdo não abrisse

as portas do céu e fosse,

te dizê quarqué toulíce?

E se eu me arriminasse

e tu cum insistisse,

prá qui eu me arrezorvesse

e a minha faca puxasse,

e o buxo do céu furasse?…

Tarvez qui nós dois ficasse

tarvez qui nós dois caísse

e o céu furado arriasse


e as virge tôdas fugisse!!!

Jâmile Lopes 

O Cangaço

A fase Pré-modernista Nordestina Brasileira praticamente se resume na época do Cangaço, então nada melhor do que citar resumidamente oque foi o Cangaço e suas raízes.

Cangaço, a Anarquia "Revolucionária".

O Cangaço foi uma luta revolucionária, em que os homens do grupo vagavam pelas cidades em busca de justiça e vingança pela falta de emprego, alimento e cidadania causando o desordenamento da rotina dos camponeses. O cangaço se caracterizou por ter como principal líder Lampião

Consta que o primeiro homem a agir como cangaceiro teria sido o Cabeleira, como era chamado José Gomes. Nascido em 1751, em Glória do Goitá, cidade da zona da mata pernambucana, ele aterrorizou sua região. Mas foi somente no final do século XIX que o cangaço ganhou força e prestígio, principalmente com Antonio Silvino, Lampião e Corisco.

Entre meados do século XIX e início do século XX, o Nordeste do Brasil viveu momentos difíceis, aterrorizado por grupos de homens que espalhavam o terror por onde andavam. Eles eram os cangaceiros, bandidos que abraçaram a vida nômade e irregular de malfeitores por motivos diversos. Alguns deles foram impelidos pelo despotismo das mulheres poderosas.

Lucas da Feira, ou Lucas Evangelista, agiu na região da cidade baiana de Feira de Santana entre 1828 e 1848. Ele e seu bando de mais de 30 homens roubavam viajantes e estupravam mulheres. Foi enforcado em 1849.3

Os cangaceiros conseguiram dominar o sertão durante muito tempo, pois eram protegidos de coronéis, que se utilizavam dos cangaceiros para cobrança de dívidas, entre outros serviços "sujos".

Um caso particular foi o de Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas, que agiu no sudeste do Brasil, no início do século XIX, tendo sido considerado justiceiro e honrado por uns e cangaceiro por outros.

No sertão, consolidou-se uma forma de relação entre os grandes proprietários e seus vaqueiros.

A base desta relação era a fidelidade dos vaqueiros aos fazendeiros. O vaqueiro se disponibilizava a defender (de armas na mão) os interesses do patrão.

Como as rivalidades políticas eram grandes, havia muitos conflitos entre as poderosas famílias. E estas famílias se cercavam de jagunços com o intuito de se defender, formando assim verdadeiros exércitos. Porém, chegou o momento em que começaram a surgir os primeiros bandos armados, livres do controle dos fazendeiros.

Os coronéis tinham poder suficiente para impedir a ação dos cangaceiros.

O cangaceiro - um deles, em especial, Lampião - tornou-se personagem do imaginário nacional, ora caracterizado como uma espécie de Robin Hood, que roubava dos ricos para dar aos pobres, ora caracterizado como uma figura pré-revolucionária, que questionava e subvertia a ordem social de sua época e região.

Gabriel Felix

Comidas

Iguarias & Sabores de uma terra sofrida.

São inúmeras as alternativas, a começar pelos pratos vindos da Africa,que obtiveram demasiada influência nos temperos e pratos nordestinos.
Iniciando pelos abarás e acarajés, que representam a Bahia. 
Onde se encontram sobre efeito de misturas e modificacões os atapás ,as moquecas de peixe, de ostras, de camarões, iguanas douradas pelo azeite de dendê.Há, também, pratos à base de peixes dos mais vários tipos, servidos em forma de sopas, escaldados e cozidos. 

Outras delicias...
As casquinhas de caranguejo, frigideiras de siri mole e cavaquinhas são os pratos mais solicitados. Na cozinha nordestina há  tambem pratos exóticos, elaborados com carnes de porco, de cabrito, de carneiro e  aves.


Prazeres diferenciados!

 Prazeres que vão desde as tripas àté a carne de sol ,passando pelo xinxim de galinha e pela galinha d’Angola.
No Nordeste, ocorre também a feijoada à alagoana, o cozido à baiana, o mocotó e o bobó de inhame. 

Sobre a mesa, SOBREMESA!!

Sobre a sobremesa, encontram-se: cocadas, sorvetes e refrescos feitos com frutas típicas, como taperebá, manga, araçá, cajú e pitanga, graviola e mangaba.


Curiosidades:

Uma iguaria bastante usada é o cuscuz que apesar de sua tradição, é cozinhado de forma errada de acordo com os antigos


Marine Thasielly.

A Base do Pré-modernismo Nordestino: A Guerra de Canudos

Bom Dia a todos possíveis leitores (as)

Para entendermos melhor como o pré-modernismo se difundiu no nordeste temos que entender melhor no que se baseou tal movimento, como que se difundiu e etc.
A região nordestina, como em todo o país, teve de inspiração para todos os movimentos artísticos do período pré-moderno, itens relacionados a ética e acontecimentos sócio-políticos. Um dos acontecimentos mais marcantes para todo o nordeste e possivelmente para o Brasil foi a Guerra dos Canudos ou Insurreição dos Canudos, a partir dela surgiram movimentos literários muito importantes como a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, publicado em 1902, nela é relatada de uma forma jornalistica, como é o sertão, o estilo de vida de quem vive em tal região e os acontecimentos por eles vividos durante a guerra; Outro livro de igual importância foi a obra A Guerra do Fim do Mundo de Mario Vargas Llosa, diferente do livro Os Sertões que abrange de forma jornalistica, o livro A Guerra do Fim Do Mundo nos apresenta na forma de um romance os acontecimentos e tragédias oriundas da guerra.



Para que possamos entender todo o contexto cultural, devemos entender o que motivou a Guerra.
De um lado se encontrava os revoltos (fanáticos, sertanejos, escravos recém-alforriados índios, camponeses e jagunços) que contestavam a situação precária em que viviam, e do outro lado estava o Exercito brasileiro que tentava conter tal revolução.
Naquele período o nordeste estava em uma situação deplorável, seca, fome, violência, desemprego e miséria invadia o nordeste, somados ao fanatismo religioso, acabou transformando o nordeste na "Terra de Ninguem". Antônio Conselheiro começou a organizar o povo pregando a ideia de que ele seria um enviado de Deus que foi mandado para livrar o povo de todos os problemas que os açoitavam, principalmente relacionados a cobrança de impostos e a área politica. Como o numero de fanáticos religiosos era muito grande, muitas pessoas começaram a acreditar que Antônio Conselheiro era realmente um enviado de Deus, deste ponto em diante a revolta (que já estava sendo vivenciada internamente por todos) se tornou algo massivo e real, mas após pouco tempo as idéias iniciais acabaram se tornando justificativas para ações nada relacionadas a religiões como roubos e afins.
O governo por outro lado, estava descontente com a ideia de que o povo de Canudos não pagavam imposto e não seguiam as leis impostas pelos mesmos, sendo assim se opondo ao Antônio Conselheiro e até mesmo difamando suas ideias o taxando como Revolucionário Monarquista.
Em novembro de 1896 o governo da Bahia contatou a republica em busca de ajuda para conter a revolta que já contava com um numero por volta de 20 mil a 25 mil pessoas, ainda em novembro começou a segunda maior guerra civil que o Brasil já viveu tendo fim apenas em outubro do ano seguinte, com um numero estimado de 25 a 26 mil mortos, sendo homens, mulheres, crianças e idosos assassinados brutalmente pelos militares, mesmo não que não estivessem relacionados a guerra, apenas por apoiar o Antônio Conselheiro. Os revoltos mesmo tendo uma tropa muito maior que a enviada pelo governo da Bahia e da República (os revoltos tinha uma tropa estimada de 25 mil combatentes, enquanto o governo havia enviado "apenas" 12 mil combatentes) acabou tendo um numero de baixas estimadas incrivelmente alto comparado aos militares, estima-se que foram mortos 20 mil revoltos e 5 mil militares. Alem das baixas em guerra, o governo elaborou de forma estratégica um meio que impossibilitava os revoltos terem acesso a alimentos fazendo com que muitos morressem de fome. Antônio Conselheiro foi morto no dia 22 de setembro de 1897, pouco antes do final da guerra e derrota dos revoltos.


Cultura e ideologias pós-guerra e as formas de expressão pré-modernas no nordeste.

Após todo o ocorrido em Canudos, o nordeste recebeu uma "enxurrada" de artigos relacionados a guerra e a outro acontecimento não citado que seria o Cangaço.
De livros como Os Sertões e A Guerra do Fim do Mundo, até musicas, que sempre acabam por relatar sobre a bravura nordestina e do povo brasileiro em geral, a forma em que o povo nordestino não tem medo de travar batalhas com tanto que sejam pelos seus ideais.


"Mesmo não sendo o lugar mais desenvolvido do Brasil e possuindo problemas sociais que remetem por anos aquela região, o Nordeste é o lugar mais rico em cultura no país, arte, musica, comida, tradições e etc... O lugar onde a cultura brasileira atingiu o ápice da consagração nacional"


Hariel Monteiro