segunda-feira, 13 de abril de 2015

A Base do Pré-modernismo Nordestino: A Guerra de Canudos

Bom Dia a todos possíveis leitores (as)

Para entendermos melhor como o pré-modernismo se difundiu no nordeste temos que entender melhor no que se baseou tal movimento, como que se difundiu e etc.
A região nordestina, como em todo o país, teve de inspiração para todos os movimentos artísticos do período pré-moderno, itens relacionados a ética e acontecimentos sócio-políticos. Um dos acontecimentos mais marcantes para todo o nordeste e possivelmente para o Brasil foi a Guerra dos Canudos ou Insurreição dos Canudos, a partir dela surgiram movimentos literários muito importantes como a obra de Euclides da Cunha, Os Sertões, publicado em 1902, nela é relatada de uma forma jornalistica, como é o sertão, o estilo de vida de quem vive em tal região e os acontecimentos por eles vividos durante a guerra; Outro livro de igual importância foi a obra A Guerra do Fim do Mundo de Mario Vargas Llosa, diferente do livro Os Sertões que abrange de forma jornalistica, o livro A Guerra do Fim Do Mundo nos apresenta na forma de um romance os acontecimentos e tragédias oriundas da guerra.



Para que possamos entender todo o contexto cultural, devemos entender o que motivou a Guerra.
De um lado se encontrava os revoltos (fanáticos, sertanejos, escravos recém-alforriados índios, camponeses e jagunços) que contestavam a situação precária em que viviam, e do outro lado estava o Exercito brasileiro que tentava conter tal revolução.
Naquele período o nordeste estava em uma situação deplorável, seca, fome, violência, desemprego e miséria invadia o nordeste, somados ao fanatismo religioso, acabou transformando o nordeste na "Terra de Ninguem". Antônio Conselheiro começou a organizar o povo pregando a ideia de que ele seria um enviado de Deus que foi mandado para livrar o povo de todos os problemas que os açoitavam, principalmente relacionados a cobrança de impostos e a área politica. Como o numero de fanáticos religiosos era muito grande, muitas pessoas começaram a acreditar que Antônio Conselheiro era realmente um enviado de Deus, deste ponto em diante a revolta (que já estava sendo vivenciada internamente por todos) se tornou algo massivo e real, mas após pouco tempo as idéias iniciais acabaram se tornando justificativas para ações nada relacionadas a religiões como roubos e afins.
O governo por outro lado, estava descontente com a ideia de que o povo de Canudos não pagavam imposto e não seguiam as leis impostas pelos mesmos, sendo assim se opondo ao Antônio Conselheiro e até mesmo difamando suas ideias o taxando como Revolucionário Monarquista.
Em novembro de 1896 o governo da Bahia contatou a republica em busca de ajuda para conter a revolta que já contava com um numero por volta de 20 mil a 25 mil pessoas, ainda em novembro começou a segunda maior guerra civil que o Brasil já viveu tendo fim apenas em outubro do ano seguinte, com um numero estimado de 25 a 26 mil mortos, sendo homens, mulheres, crianças e idosos assassinados brutalmente pelos militares, mesmo não que não estivessem relacionados a guerra, apenas por apoiar o Antônio Conselheiro. Os revoltos mesmo tendo uma tropa muito maior que a enviada pelo governo da Bahia e da República (os revoltos tinha uma tropa estimada de 25 mil combatentes, enquanto o governo havia enviado "apenas" 12 mil combatentes) acabou tendo um numero de baixas estimadas incrivelmente alto comparado aos militares, estima-se que foram mortos 20 mil revoltos e 5 mil militares. Alem das baixas em guerra, o governo elaborou de forma estratégica um meio que impossibilitava os revoltos terem acesso a alimentos fazendo com que muitos morressem de fome. Antônio Conselheiro foi morto no dia 22 de setembro de 1897, pouco antes do final da guerra e derrota dos revoltos.


Cultura e ideologias pós-guerra e as formas de expressão pré-modernas no nordeste.

Após todo o ocorrido em Canudos, o nordeste recebeu uma "enxurrada" de artigos relacionados a guerra e a outro acontecimento não citado que seria o Cangaço.
De livros como Os Sertões e A Guerra do Fim do Mundo, até musicas, que sempre acabam por relatar sobre a bravura nordestina e do povo brasileiro em geral, a forma em que o povo nordestino não tem medo de travar batalhas com tanto que sejam pelos seus ideais.


"Mesmo não sendo o lugar mais desenvolvido do Brasil e possuindo problemas sociais que remetem por anos aquela região, o Nordeste é o lugar mais rico em cultura no país, arte, musica, comida, tradições e etc... O lugar onde a cultura brasileira atingiu o ápice da consagração nacional"


Hariel Monteiro

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